Chicotes I a XII, 1993
Dimensão / Dimension
diversas
Categoria / Category
three-dimensional
Material / Materials
Aço inox e pintura de poliuretano

[português]

As obras denominadas Chicotes são estruturas lineares inspiradas na série de instalações com desenhos murais, realizadas durante o mestrado na School of the Art Institute of Chicago, nos anos de 1984 à 1986. Realizei a primeira versão desta série que figurou como parte da instalação “Duas Noites de Sol” na 19ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1989. 

A partir de 1993 os Chicotes adquiriram um caráter autônomo, já não sendo mais elementos em instalações complexas como a da Bienal de 1989 e, junto com outras obras tais como as da série Mesas, 1989; Chuveiro, 1989 entre outras, passam a afirmar a urgência da transição do desenho em larga escala para o espaço real. São, como os desenhos-instalações, carregados de uma gestualidade quase performativa e silenciosa na qual seu aspecto aparentemente imóvel, inerente à escultura, é facilmente desafiado pela relação do material –o aço carbono e as linhas de distintos pesos e medidas que facilmente se submetem ao humor do vento ou do toque casual de visitantes inadvertidos. Como resultado, estas peças mudas e por vezes inofensivas revelarão uma potência sensual e ameaçadora, porém autista, dado ao fato de se constituírem como um sistema e organismo vivo cuja força de movimento é sempre autocentrado. Muitas vezes suspensas na parede, as peças desafiam a gravidade por meio de formas orgânicas e de movimentos que opõem a dureza do metal à leveza do gesto.

Como anteriormente mencionado em relação à esta série, meu interesse, desde o início, está na ideia de um movimento rápido no espaço, do gesto efêmero, e do fato das formas nunca se apresentarem em um estágio final, algo que resulta num equilíbrio instável. Nada está parado no espaço, nem em completo descanso, cada imagem e cada objeto está tomado de forças dinâmicas que podem se transformar, elas mesmas, ou dominar o espaço ao seu redor. É apenas a demarcação de um simples gesto no espaço mas, ao mesmo tempo, uma escultura no sentido de que estará sempre a nomear o vazio como volume e elemento positivo no sentido de reproduzir intensas forças da imaginação do espectador.

Ana Maria Tavares, 2018


Chicotes I a IX. Aço carbono e tinta poliuretano. Dimensões variadas. Edição única. Vista da exposição "Chicotes", no Paço Imperial, Rio de Janeiro, 1993. Créditos: Vicente Melo.


Chicotes I a IX. Aço carbono e tinta poliuretano. Dimensões variadas. Edição única. Vista da exposição "Chicotes", no Paço Imperial, Rio de Janeiro, 1993. Créditos: Vicente Melo.


Chicotes I a IX. Aço carbono e tinta poliuretano. Dimensões variadas. Edição única. Vista da exposição "Chicotes", no Paço Imperial, Rio de Janeiro, 1993. Créditos: Vicente Melo.


Chicotes I a IX. Aço carbono e tinta poliuretano. Dimensões variadas. Edição única. Vista da exposição "Chicotes", no Paço Imperial, Rio de Janeiro, 1993. Créditos: Vicente Melo.


Chicotes I a IX. Aço carbono e tinta poliuretano. Dimensões variadas. Edição única. Vista da exposição "Chicotes", no Paço Imperial, Rio de Janeiro, 1993. Créditos: Vicente Melo.


Chicotes I a IX. Aço carbono e tinta poliuretano. Dimensões variadas. Edição única. Vista da exposição "Chicotes", no Paço Imperial, Rio de Janeiro, 1993. Créditos: Vicente Melo.


Chicotes I a IX. Aço carbono e tinta poliuretano. Dimensões variadas. Edição única. Vista da exposição "Chicotes", no Paço Imperial, Rio de Janeiro, 1993. Créditos: Vicente Melo.


Chicotes I a IX, na Galeria Raquel Arnauld, São Paulo , 1993. Créditos: Eduardo Brandão.


Chicotes I a IX, na Galeria Raquel Arnauld, São Paulo , 1993. Créditos: Eduardo Brandão.


Chicotes I a IX no Espaço Arte Morumbi Shopping, São Paulo , 1993. Créditos: Eduardo Brandão.