[português]

  Durante a pandemia, a artista dedicou seu tempo a criar ensaios em vídeo de sua obra, resultando em uma intensa experimentação de imaginar o prédio da Oca de Niemeyer em movimento. O ato de retirar a cúpula para descobrir o prédio ganhou novos conteúdos que se conectaram ao momento político do Brasil. O edifício da Oca, construído em 1951, antecedeu os projetos de Niemeyer para Brasília, particularmente o Congresso Nacional do Brasil em 1958, que também adotou a forma de cúpula e reforçou as qualidades orgânicas e sensuais da obra de Niemeyer. Esses experimentos em vídeo resultaram na criação de gravuras intituladas Fotoforma, la dynamique de la chute (para Geraldo), nas quais a artista expandiu ideias desenvolvidas na série Eclipse. As estampas pretendem explicitar o ato de “cair”, congelando a composição formal e a multiplicidade de fragmentos que representam o movimento. O trecho resultante de tonalidades de branco, cinza e preto representa uma dança de sombras e luzes, como se estivéssemos vendo a queda em câmera muito lenta. Embora as obras pretendam congelar o movimento e nos permitir apreendê-lo ao longo do tempo, a composição fragmentada exige esforço do olhar do espectador ao tentar dissociar a cena.

[inglês]

  During the pandemic, the artist dedicated her time to creating video essays of her work, resulting in an intense experimentation of imagining Niemeyer’s Oca building in motion. The act of removing the cupula to uncover the building became imbued with new content that connected to the political moment in Brazil. The Oca building, built in 1951, preceded Niemeyer’s projects for Brasilia, particularly the National Congress of Brazil in 1958, which also adopted the cupula shape and reinforced the organic and sensual qualities of Niemeyer’s work. These video experiments led to the creation of prints titled Fotoforma, la dynamique de la chute (to Geraldo), in which the artist expanded on ideas developed in the Eclipse series. The prints aim to make the act of «falling» explicit, freezing the formal composition and the multiplicity of fragments that represent the movement. The resulting stretch of white, grey, and black tonalities represents a dance of shadows and lights, as if we were viewing the fall in very slow motion. Although the works intend to freeze the movement and allow us to apprehend it over time, the fragmented composition demands effort from viewers’ eyes as they try to decouple the scene.