Ana Maria Tavares

Jardim para Burle Marx, 2013

Dimensão / Dimension
26 m2

Categoria / Category
three-dimensional

Material / Materials
Tecidos e fios de algodão, lã e poliéster, couro, madeira, aço inox e manta acrílica

[português]

A obra Jardim para Burle Marx (Sala Branca) é resultado dos exercícios da artista através de observação, análise e tradução do jardim projetado pelo paisagista Roberto Burle Marx para o Palácio Capanema, primeiro prédio modernista do Brasil. Ao recriar o icônico terraço-jardim para o Ministério da Saúde e Educação no Rio de Janeiro, a artista colaborou com artesãos do estado do Ceará para criar dois jardins de crochê distintos. A primeira, baseada na planta Nelumbo Nucifera, apresenta diversos formatos, tons, fios e tamanhos. A segunda, chamada Flor Doida, combina técnicas tradicionais com invenção livre para alcançar o resultado desejado. Ao usar padrões abstratos para desafiar a natureza do ambiente tropical e através da escolha de apagar totalmente a cor, a obra oferece uma perspectiva crítica dos trópicos que enfatiza o aspecto da natureza que foi demonizada como impura e contaminada. O catálogo de espécies trabalhadas em diversos materiais não é o desejo ocidental de um jardim tropical colorido, exótico e resistente. Ao contrário, é um jardim de crochê monocromático que requer participação humana coletiva, aquele que se torna ornamento em si, acessório, excedente – o outro.

[inglês]

The work Garden for Burle Marx (White Room) is the result of the artist exercises in observation, analysis, and translation of the garden designed by landscape architect Roberto Burle Marx for the Palácio Capanema, the first modernist building in Brazil. In recreating the iconic roof garden for the Ministry of Health and Education in Rio de Janeiro, the artist collaborated with artisans from the state of Ceará to create two distinct crochet gardens. The first, based on the Nelumbo Nucifera plant, features various shapes, tones, threads, and sizes. The second, called Crazy Flower, combines traditional techniques with free invention to achieve the desired outcome. By using abstract patterns to challenge the nature of the tropical environment, and through the choice to entirely erase color, the artwork offers a critical perspective of the tropics that emphasizes the aspect of nature that has been demonized as impure and contaminated. The catalog of species crafted in diverse materials is not the western desire for a colorful, exotic, and resistant tropical garden. Instead, it is a monochromatic crochet garden that requires collective human participation, one that becomes ornament itself, accessory, surplus, excedent—the other.

Jardim para Burle Marx (Sala Branca). Vista da exposição "Sortir du Silence: au-delà de la modernité”, na Galleria Continua - Paris, 2023. Créditos: cortesia da artista e Galleria Continua, foto por Allison Borgo.

Detalhe da obra Jardim para Burle Marx (Sala Branca). Vista da exposição "Sortir du Silence: au-delà de la modernité”, na Galleria Continua - Paris, 2023. Créditos: cortesia da artista e Galleria Continua, foto por Allison Borgo.

Jardim para Burle Marx (Sala Branca). Vista da exposição " No Lugar mesmo: Uma Antologia de Ana Maria Tavares", na Pinacoteca de São Paulo, São Paulo, 2016. Créditos: Isabella Matheus.

Detalhe da obra Jardim para Burle Marx (Sala Branca). Vista da exposição " No Lugar mesmo: Uma Antologia de Ana Maria Tavares", na Pinacoteca de São Paulo, São Paulo, 2016. Créditos: Isabella Matheus.

Jardim para Burle Marx (Sala Branca). Vista da exposição "Atlântica Moderna: Purus e Negros", no Museu Vale, Vila Velha, 2014. Créditos: Sérgio Araújo.

Jardim para Burle Marx (Sala Branca). Vista da exposição "Atlântica Moderna: Purus e Negros", no Museu Vale, Vila Velha, 2014. Créditos: João Pini.

Jardim para Burle Marx (Sala Branca). Vista da exposição "Natural-Natural: Paisagem e Artifício", no Museu de Arte Contemporânea Dragão do Mar, Fortaleza, 2013. Créditos: João Pini.

Detalhe da obra Jardim para Burle Marx (Sala Branca). Vista da exposição "Natural-Natural: Paisagem e Artifício", no Museu de Arte Contemporânea Dragão do Mar, Fortaleza, 2013. Créditos: João Pini.