Serpentinata, 1995
Dimensão / Dimension
210 x 120 x 350
Categoria / Category
three-dimensional
Material / Materials
Aço inox / stainless steel

A obra Serpentinata tem origem na série de esculturas intituladas Chicotes produzidas a partir de 1989, e nos desenhos murais realizados durante os anos oitenta. Esses desenhos marcaram um momento muito importante de reflexão que possibilitou a tradução e passagem da linha, própria do espaço da representação –feitos no papel ou diretamente na parede– para o espaço real. O objetivo desta transposição era o de transformar a experiência da observação mental, característica do desenho, em outra experiência marcada pela objetividade de uma presença concreta no espaço. O desenho linear, gestual, leve e imaterial é assim transformado em matéria. Neste caso, tubos de aço inox submetidos à processos industriais de modelagem e torção ganham forma e subvertem sua condição original em termos de dureza e peso.  Como um desenho no espaço a obra, de acabamento espelhado, traça seu percurso sensual, orgânico e leve e se mimetiza no ambiente.

A partir de 1995 minha produção voltou-se para uma intensa observação das estruturas de apoio para o corpo, geralmente encontradas nos espaços de passagem da vida contemporânea: dos aeroportos, das estações e dos meios de transporte em geral. Tendo como referência essas estruturas e, mais especificamente aquelas dos corrimãos e parapeitos, é que criei Serpentinata. Ela é um desenho no espaço e também um corredor para a passagem, transformando o espectador em passageiro e participador, aquele que é convidado a contemplar esse novo “desenho” e atravessar a obra.

Ana Maria Tavares, 2000


Serpentinata, 1996. Aço inox. 210 x 120 x 350 cm. Edição única. Créditos: Desconhecido.


Serpentinata, 1996. Créditos: Desconhecido.


Serpentinata, 1996. Créditos: Desconhecido.