Naturalítica e Hierbabuenas
Data / Date
2023
Local / Location
Galeria Silvia Cintra + Box4
Cidade / City
Rio de Janeiro

A trajetória artística de Ana Maria Tavares, desde 2017, tem sido marcada pela exploração e manipulação de imagens de minerais, especialmente granitos, mármores e quartzitos. Sua última exposição na Galeria Silvia Cintra em 2019 revelou obras que combinavam montagens digitais, granito e acrílico, criando vistas aéreas fictícias da Terra, reminiscentes de uma civilização passada, visualizadas de um futuro remoto. A série "Campo Fraturado, Voo em Delírio" de 2019, derivada de fotomontagens de placas de granito, introduziu fragmentos de arquiteturas Piranesianas, concebidas digitalmente pela artista desde 2008, mimetizadas na pedra, resultando em "fósseis de uma civilização industrial". Este conceito evoluiu para a instalação "Campo Fraturado, SOS" em 2021, no MAM SP, destacando a transitoriedade da natureza e suas transformações entre um paisagismo arqueológico fraturado e uma visão futurista, unindo o natural e o industrial.

Na mais recente exposição, a artista amplia seu vocabulário ao criar paisagens artificiais através da ampliação microscópica de granitos. Ela explora a dualidade entre a natureza lítica, representada como fenômeno ígneo, evocando o aquecimento global sem pessimismo, e as Hierbabuenas, uma vegetação-luz em acrílico e aço inox multicolor, retratando uma natureza viva e autorregulada. Utilizando processos digitais, produção industrial e artesanato, Tavares transforma o granito sólido em formas líquidas, simulando movimentos magmáticos. A série "Disjunção Prismáticas", iniciada em 2018, incorpora módulos regulares de diferentes materiais, explorando analogias e contrastes entre elementos naturais e industriais. A interação física próxima é essencial para apreciar as sutilezas de um universo microscópico incorporado nas obras, desafiando os observadores a explorarem um mundo inventado em cada fragmento visual.

De outra perspectiva, as Hierbabuenas, representando uma espécie de vegetação-luz, são confeccionadas em acrílico cristal e aço inox multicolor, exibindo a vitalidade e autonomia de uma natureza que se expande caoticamente pelas paredes. Ana Maria Tavares, valendo-se de processos digitais, produção industrial e artesanato, utiliza materiais industriais para criar experiências perceptivas, transformando a matéria do granito sólido em um fluxo líquido, imitando os movimentos magmáticos. A fusão do aço inox colorido com o acrílico cristal resulta em formas que simulam uma vegetação evocativa do mundo submarino. A interconexão de pedra, fogo e água emerge como elementos inaugurais em sua obra, potencializados pelas associações inventivas de materiais e formas presentes em cada peça. Este conjunto de trabalhos não apenas expande o repertório artístico de Tavares, mas também oferece uma visão poética e provocativa sobre a interação entre natureza, indústria e a imaginação humana, estimulando os observadores a contemplarem o diálogo entre elementos fundamentais em sua narrativa visual.


Vista da exposição "Naturalítica e Hierbabuenas", na Galeria Silvia Cintra, Rio de Janeiro, 2023. Créditos: Pedro Tressi.


Disjunção Prismática XI (Muxarabi), 2023. Montagem digital impressa sobre papel Hahnemühlee Photo Rag® Metallic 340g, quartzito, aço inox, madeira, malha de titânio e vidro anti-reflexo. 82 x 306 x 7,6 cm. Edição: Única + 1 p.a. Créditos: Pedro Perez Machado.


Vista da exposição "Naturalítica e Hierbabuenas", na Galeria Silvia Cintra, Rio de Janeiro, 2023. Créditos: Pedro Tressi.


Série Hierbabuenas, 2023. Acrílico cristal, aço inox polido e colorido. Medidas variáveis. Edição de 3 + 1 p.a. Créditos: Pedro Tressi.


Disjunção Prismática IX (Muxarabi), 2023. Montagem digital impressa sobre papel Hahnemühlee Photo Rag® Metallic 340g, aço inox, madeira, quartzito e vidro anti-reflexo. 82 x 244 x 7,6 cm. Edição: Única + 1 p.a. Créditos: Pedro Perez Machado.


Vista da exposição "Naturalítica e Hierbabuenas", na Galeria Silvia Cintra, Rio de Janeiro, 2023. Créditos: Pedro Tressi.


Série Hierbabuenas, 2023. Acrílico cristal, aço inox polido e colorido. Medidas variáveis. Edição de 3 + 1 p.a. Créditos: Pedro Tressi.


Magma (Díptico), 2023. Montagem digital impressa sobre papel Hahnemühlee Photo Rag® Metallic 340g, madeira, aço inox, zamac, malha de titânio e vidro anti-reflexo. 62 x 304 x 7,6 cm. Edição: única + 1 p.a. Créditos: Pedro Perez Machado.


Magma (Natural Allure), 2023. Montagem digital impressa sobre papel Hahnemühlee Photo Rag® Metallic 340g, zamac, madeira, aço inox, quartzito e vidro anti-reflexo. 82 x 184 x 7,6 cm. Edição: única + 1 p.a. Créditos: Pedro Perez Machado.


Vista da exposição "Naturalítica e Hierbabuenas", na Galeria Silvia Cintra, Rio de Janeiro, 2023. Créditos: Pedro Tressi.


Vista da exposição "Naturalítica e Hierbabuenas", na Galeria Silvia Cintra, Rio de Janeiro, 2023. Créditos: Pedro Tressi.


Série Hierbabuenas, 2023. Acrílico cristal, aço inox polido e colorido. Medidas variáveis. Edição de 3 + 1 p.a. Créditos: Pedro Tressi.


Disjunção Prismática X (Natural Allure), 2023. Quartzito, aço inox, ardósia e alumínio. 82 x 306 x 7,6 cm. Edição: Única +1 p.a. Créditos: Pedro Perez Machado.


Vista da exposição "Naturalítica e Hierbabuenas", na Galeria Silvia Cintra, Rio de Janeiro, 2023. Créditos: Pedro Tressi.


Disjunção Prismática XII (Natural Allure), 2023. Quartzito, ardósia, alumínio e aço inox. 122 x 142 x 7,6 cm. Edição: única + 1 p.a. Créditos: Pedro Tressi.


Vista da exposição "Naturalítica e Hierbabuenas", na Galeria Silvia Cintra, Rio de Janeiro, 2023. Créditos: Pedro Tressi.


Série Hierbabuenas, 2023. Acrílico cristal, aço inox polido e colorido. Medidas variáveis. Edição de 3 + 1 p.a. Créditos: Pedro Tressi.


Detalhe de obra. Série Hierbabuenas, 2023. Acrílico cristal, aço inox polido e colorido. Medidas variáveis. Edição de 3 + 1 p.a. Créditos: Pedro Tressi.