A experiência estética de assistir Ana Maria Tavares
Autor / Author
Marlúcia Ferreira Lima
Data / Date
2005
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Fonte
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Seria um equívoco qualquer pretensão de se fazer da arte uma terapia – afirmou o psicanalista belga Jean Florence em palestra na Universidade de Brasília, no ano passado, convidado a falar sobre os usos terapêuticos da atividade artística. Quando se dorme - observou - nunca se sabe o que se vai sonhar; analogamente, na arte, a criação tem a natureza do sonho: imprevisível, desconhecida, surpreendente. Quando nos lançamos à arte - diz ele - o fazemos por nossa conta e risco.

Pedro Sussekind, tradutor e organizador da publicação das ‘Cartas sobre Cezanne’2, de Rainer Maria Rilke, observa no prefácio do livro que a admiração e as descobertas do poeta alemão diante da obra de Cézanne aparecem a cada passo nas cartas que escreve, como experiência artística. Para Sussekind, o poeta está consciente de um momento oportuno, de uma identificação, a partir da qual os quadros do pintor passam a fazer sentido a seus olhos. “E mais do que explicar – diz ele – o autor procura seguir esse aceno.”



Seria um equívoco qualquer pretensão de se fazer da arte uma terapia – afirmou o psicanalista belga Jean Florence em palestra na Universidade de Brasília, no ano passado, convidado a falar sobre os usos terapêuticos da atividade artística. Quando se dorme - observou - nunca se sabe o que se vai sonhar; analogamente, na arte, a criação tem a natureza do sonho: imprevisível, desconhecida, surpreendente. Quando nos lançamos à arte - diz ele - o fazemos por nossa conta e risco.

Pedro Sussekind, tradutor e organizador da publicação das ‘Cartas sobre Cezanne’2, de Rainer Maria Rilke, observa no prefácio do livro que a admiração e as descobertas do poeta alemão diante da obra de Cézanne aparecem a cada passo nas cartas que escreve, como experiência artística. Para Sussekind, o poeta está consciente de um momento oportuno, de uma identificação, a partir da qual os quadros do pintor passam a fazer sentido a seus olhos. “E mais do que explicar – diz ele – o autor procura seguir esse aceno.”